A CSN Mineração, subsidiária do setor da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fez investimentos de R$ 1,794 bilhão no ano passado, um crescimento de 20,7% quando comparado com o aporte feito no ano anterior, segundo balanço divulgado pela companhia. Do montante, foram destinados R$ 1,263 bilhão para continuidade operacional e R$ 530 milhões para expansão dos negócios. Para este ano, o CFO e diretor de Relações com Investidores da companhia, Pedro Oliva, estima que os aportes devem alcançar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões.

A companhia prevê acelerar o ritmo dos aportes no decorrer deste ano, com o avanço das obras na unidade P15, iniciadas nos últimos meses de 2024 no complexo Casa de Pedra, em Congonhas, na região Central do Estado. Com base nas projeções dos projetos em expansão, a mineradora deve investir cerca de R$ 2,6 bilhões em capex por ano até 2028.

Em teleconferência com analistas, na quinta-feira (13), Oliva afirmou que um volume menor de chuvas que o esperado em Minas Gerais acabou por impactar positivamente o andamento da implantação da P15. “Agora a gente está fazendo a drenagem, infraestrutura e a parte de concretagem dos tuneis de alimentação da planta”, disse.

De acordo com o executivo, as negociações para a contratação das obras civis no projeto P15 já estão bastante avançadas. Desta forma, “elas serão contratadas e iniciadas em 2025”, explicou.

Apenas no último trimestre de 2024, os investimentos da CSN Mineração foram da ordem de R$ 659 milhões, 38,7% superior ao trimestre anterior, quando a companhia aportou R$ 475 milhões. Do total de investimentos nesse período, R$ 416 milhões foram alocados para a manutenção da capacidade operacional e R$ 242 milhões para expansão dos negócios.

Vale lembrar que a perspectiva da empresa com a planta P15, no Complexo Casa de Pedra, é chegar a uma produção de minérios na marca de 16,5 milhões de toneladas por ano em 2028. Os investimentos estimados para a construção da nova planta eram de R$ 8 bilhões. O empreendimento deverá começar a operar no último trimestre de 2027.

Produção de minério de ferrou recuou 1,3% no ano passado

No último ano, a produção da CSN Mineração diminuiu 1,3% em relação a 2023 e alcançou 42,010 milhões de toneladas de minério de ferro. De acordo com a companhia, em seu relatório, o último trimestre de 2024 foi um período marcado pela forte demanda por minério de ferro na China, impulsionada pelo aumento da utilização de capacidade das siderúrgicas locais após as medidas do governo chinês para estimular a economia.

Esse cenário acabou favorecendo a uma elevação de 3,7% no preço do minério em relação ao praticado no trimestre anterior, o que fez a tonelada do insumo ser cotada a US$ 103,4 nos últimos três meses do ano. Por outro lado, a tonelada do minério no último trimestre desvalorizou 9,3% na comparação ano a ano.

Somente no quarto trimestre de 2024, a produção de minério de ferro da CSN Mineração somou 11,010 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 3,7% em relação ao volume do trimestre anterior. A retração era esperada em função do período chuvoso. Entretanto, esse volume foi 0,8% superior quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Por sua vez, o volume de vendas atingiu 10,731 milhões toneladas no quarto trimestre de 2024, resultado 9,7% abaixo do verificado no trimestre anterior e 3,7% do resultado do mesmo período do ano anterior, em virtude do impacto do período chuvoso na produção e em uma menor demanda no mercado nacional. Com isso, o volume comercializado em todo o ano passado alcançou 42,552 milhões de toneladas, apenas 0,3% inferior ao ano de 2023.

Lucro da CSN Mineração avançou 26,9%

Em 2024, o lucro líquido da CSN Mineração atingiu R$ 4,5 bilhões, o que representa um expressivo aumento de 26,9% em relação a 2023, quando somou R$ 3,5 bilhões. O Ebitda ajustado somou R$ 5,896 bilhões no ano passado, ante R$ 7,863 bilhões no exercício anterior.

Em 2023, a receita líquida atingiu R$ 13,009 bilhões, uma redução de 23,7% em relação ao apurado no ano de 2023, como consequência da queda do preço médio do minério de ferro, mesmo com os resultados operacionais com o crescimento da produção própria. Com isso, a receita líquida unitária em 2024 foi de US$ 61,71/tonelada comparado com US$ 72,92/tonelada do ano anterior.

 

 

Fonte:  Diário do Comércio.

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