A produção de aço bruto em Minas Gerais somou 883 mil toneladas em janeiro deste ano, o que representa um crescimento de 9,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Com esse resultado, a siderurgia mineira ocupou a liderança do ranking de estados produtores, com 31,7% de participação no volume produzido no País. O posto de segundo colocado ficou com o Rio de Janeiro (28,6%) e de terceiro com o Espírito Santo (18,7%).
Ao todo, foram produzidas 2,8 milhões de toneladas nacionalmente, aumento de 2,4%.
Os dados são do Instituto Aço Brasil e sinalizam que a fabricação de aço bruto continuou em alta, tanto em Minas Gerais quanto no País, após o bom desempenho no último ano. Em 2024, a siderurgia mineira fabricou 10,2 milhões de toneladas e a nacional 33,7 milhões de toneladas, avanços de 8,8% e 5,3%, respectivamente, em relação a 2023.
Por outro lado, a produção de semiacabados para venda e laminados seguiu em queda em Minas Gerais, depois de cair 0,6% no exercício anterior, para 9,4 milhões de toneladas. No primeiro mês de 2025, as usinas mineiras produziram 755 mil toneladas, representando uma diminuição de 7,5% frente ao apurado em igual intervalo de 2024.
Apesar do recuo, Minas Gerais liderou o ranking de estados, com 29% de participação no volume produzido no País, seguido por Rio de Janeiro (28,2%) e Espírito Santo (16,2%).
Nacionalmente, foram fabricadas 2,6 milhões de toneladas em janeiro, baixa de 7,5%, sendo que, no ano passado, o Brasil tinha registrado alta de 7,5%, para 32,6 milhões de toneladas.
Consumo aparente de produtos siderúrgicos, vendas internas e exportações
Ainda conforme o Aço Brasil, o consumo aparente de produtos siderúrgicos no primeiro mês deste ano foi de 2,2 milhões de toneladas. O volume representa um avanço de 11,4% ante janeiro de 2024. No mesmo comparativo, as vendas internas do setor cresceram 3,1%, para 1,7 milhão de toneladas. Já as vendas externas somaram 909 mil toneladas, recuo de 2,9%.
O principal destino do aço brasileiro, os Estados Unidos receberam 689,2 mil toneladas, volume que subiu 37% e representou 75,8% de todos os embarques. Em março, entrará em vigor a alíquota de 25% sobre as importações norte-americanas de aço de quaisquer países. A tarifa poderá diminuir as exportações do Brasil para o país.
O governo federal disse que vai procurar os Estados Unidos para tentar encontrar uma solução para a situação e defendeu a manutenção do sistema de cotas de exportação sem a sobretaxa, como ocorreu em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Importações atingem nível histórico
Em janeiro deste ano, as importações brasileiras de aço alcançaram o maior volume da história para meses de janeiro, de acordo com os números do Aço Brasil. Foram importados 548 mil toneladas, um aumento de 49,4% em relação ao mesmo período do último ano.
A China, principal mercado de origem dos produtos siderúrgicos recebidos pelo País, respondeu por 60,8% das importações, com o envio de 548 mil toneladas, alta de 49,4%.
O recorde reportado no mês corrobora com as críticas da siderurgia sobre a ineficácia do sistema cota-tarifa implementado pelo Brasil para tentar conter as importações.
Na semana passada, o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse à imprensa que se o governo federal não impuser novas medidas de defesa comercial ao setor, a empresa poderá paralisar mais usinas e rever o nível de investimentos que tem colocado no País. Ele ressaltou que o primeiro trimestre será decisivo para perceber se haverá mudanças.
Fonte: Diário do Comércio.