No ano de 2023, a produção de ferro-gusa no polo produtivo de Minas Gerais foi de 3,9 milhões de toneladas, redução de 5,2% no volume ante o ano anterior, confirmando a previsão de queda do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG). A redução ocorreu em virtude da retração na demanda do mercado interno, em consequência da queda de produção nas aciarias e fundições, impactados pela paralisação temporária de algumas usinas.O montante produzido pelo setor representa 73,2% do ferro-gusa feito no Brasil e, destes, 31,4% tiveram como destino o mercado interno e os outros 68,6% foram destinado às exportações, gerando uma receita de aproximadamente US$ 1,253 bilhão em 2023. Os principais destinos do ferro-gusa produzido no polo mineiro em 2023 foram Estados Unidos, Europa e Ásia. “Apesar de um final de ano com queda na demanda, que sempre acontece no período, este último nos preocupou mais, principalmente no mercado interno com os preços menos atrativos. Nossa expectativa é reverter esta situação em 2024”, projeta o presidente do Sindifer, Fausto Varela Cançado. O setor, por sua vez, gerou algo em torno de 10,1 mil empregos diretos e, considerando os ligados à produção do ferro-gusa, os utilizados na silvicultura e na produção do carvão vegetal, são mais de 60 mil postos de trabalho indiretos em Minas Gerais. Segundo Cançado, a demanda neste início de 2024 ainda não atingiu o ritmo desejado, mas ele acredita que ainda seja ocasionado pela lentidão dos negócios no primeiro trimestre. Segundo dados do Sindifer, em 2022, o preço da tonelada em aciaria era de US$ 550, no ano seguinte sofreu redução de 20% e hoje se encontra em torno de US$ 440/450 por tonelada. “O mercado ainda pode estar influenciado pelo comportamento do mercado nos meses finais de 2023, que registrou queda na demanda. Mas esperamos que esse cenário comece a mudar a partir do terceiro trimestre”, avaliou.

Descarbonização – Ele afirma que a entidade tem dois grandes desafios para o decorrer de 2024. Um é obter o em anos anteriores, mas também agregar mais valor, pois oferecemos um produto diferenciado, alinhado com as exigências ambientais atuais”, explicou. Em 2023, com a queda do preço internacional, e se tratando de uma commodity, o valor pago pelo produto não cobriu os custos, principalmente, das matérias-primas. Assim, por vários motivos, emissões de gases de efeito estufa e, como alternativa, elas estão optando pela descarbonizada, o que gera boas expectativas. Isso fica cada vez mais evidente para nós ao acompanharmos a evolução de um trabalho que começamos em 2019, através de um Instituto de Pesquisa Inovação e Tecnologia, para levantarmos as emissões para lançar ou absorver CO2 na atmosfera. Obtivemos resultados amplamente favoráveis e isso gerou interesse nos dirigentes de usinas. Com alguns indo além, buscando a certificação através de instituições internacionais”, explicou. Em 2021, o Sindifer iniciou o processo de divulgação do produto descarbonizado para as empresas de vários países, potenciais interessadas, e hoje já está bem avançado com metalúrgicas e traders do Japão e dos Estados Unidos. O setor gerou algo em torno de 10,1 mil empregos diretos e, considerando os ligados à produção do ferro-gusa e os utilizados na silvicultura e na produção do carvão vegetal, são mais de 60 mil indiretos em Minas Gerais”, afirmou Fausto Varela.

 

Fonte: Diário do Comércio.

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