produção industrial mineira aumentou 7,3% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi superior ao crescimento de 2,2% registrado no País no período.

Assim como no comparativo ano a ano, Minas Gerais também registrou crescimento de 1,8% em agosto em relação ao mês imediatamente anterior: julho. O resultado foi a segunda maior influência positiva sobre o indicador nacional.

Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, apenas cinco apontaram taxas positivas. No oitavo mês do ano,  Ceará (2,7%) e Minas Gerais (1,8%) assinalaram os avanços mais acentuados em comparação a julho, com ambos marcando o terceiro mês seguido de crescimento na produção.

Bahia (0,8%), Mato Grosso (0,8%) e Rio de Janeiro (0,2%) completaram o conjunto de locais com índices positivos em agosto de 2024.

No índice acumulado de janeiro a agosto de 2024 frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou expansão de 2,7% no Estado, ficando abaixo da média nacional que foi de 3%.

Já no confronto entre os resultados do primeiro e do segundo quadrimestres deste ano, os números mostraram uma leve perda de dinamismo na indústria mineira. Enquanto no primeiro quadrimestre a indústria cresceu 2,9%, no segundo, a alta foi de 2,5%.

O índice acompanhou o movimento observado no total nacional, que passou de 3,5% para 2,6%, porém, reduziu menos.

No acumulado de 12 meses, ao avançar 2,3% em agosto de 2024, Minas Gerais permaneceu mostrando taxa positiva e intensificou o ritmo de expansão frente aos resultados de julho (1,7%).

Indústria extrativa puxa produção industrial mineira

Dentre as 14 atividades analisadas no Estado, dez apresentaram crescimento na produção industrial em relação ao mesmo mês do ano anterior. A atividade que mais impactou positivamente o indicador foi a indústria extrativa, que teve um acréscimo produtivo de 4,73% e puxou o desempenho da indústria de Minas Gerais para cima.

Na comparação ano a ano também registraram altas nas produções:

  • os produtos químicos (1,23%),
  • os veículos automotores (0,62%)
  • e o refino e biocombustíveis (0,38%).

    A economista da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Juliana Gagliardi, explica que a indústria extrativa tem crescido ao longo do ano e registra alta de 6,6% quando analisado o período acumulado (janeiro a agosto).

    “Isso decorre do aumento da produção em volume do minério de ferro, que tem sido influenciado tanto pelo aumento da produtividade no setor extrativo, como também pelo clima seco que é favorável”.

    De acordo com Juliana Gagliardi, a indústria extrativa têm tido um grande protagonismo esse ano no Estado, e a variação de 3,6% deste setor na comparação com o mesmo mês do ano passado decorre por dois condicionante: o próprio desempenho da produção do minério de ferro, que cresceu, e uma base de comparação baixa com relação ao ano passado, quando houve queda na produção.

    Já em relação à produção da indústria de transformação do Estado, o aumento é mais modesto, girando em torno de 1,1% no acumulado.

    “Na indústria de transformação, o aumento é justificado pelo setor de alimentos, com destaque a produção de açúcar, da carne bovina e da suína e também pelo crescimento do setor de minerais não-metálicos que está sendo influenciado pelas atividades da construção civil, motivados pelo  programa Minha Casa, Minha Vida”, diz

    Em contrapartida, a indústria de papel e celulose no Estado apresentou queda de 0,25%, assim como a produção de máquinas e equipamentos (0,22%), borracha e plástico (0,09%) e alimentos (0,04%).

    Com relação às outras localidades pesquisadas no País, Pará (-3,5%), Paraná (-3,5%) e Rio Grande do Sul (-3,0%) apontaram os recuos mais intensos frente a julho.

    Previsão de crescimento é de 3% em Minas Gerais

    Em Minas Gerais, a Fiemg acredita que a indústria mineira continuará crescendo e projeta alta de 3,3% no ano.

    “Isso puxado, principalmente, pela indústria extrativa, mas também pela indústria de transformação, que é influenciada diretamente pela atividade econômica aquecida, com bom desempenho do mercado de trabalho, que cria uma a massa salarial forte e o consequentemente, consumo das famílias”, avalia.

    O  único ponto de inflexão que Juliana Gagliardi pondera é a preocupação da retomada da elevação da taxa de juros. “Esse último aumento e a expectativa de novos aumentos, pode impactar os investimentos produtivos da indústria de Minas Gerais”.

    O economista do C6 Bank, Heliezer Jacob, acredita que a produção industrial nacional continue revezando meses de resultados positivos com outros negativos, fechando o ano com um avanço de 3,8%.

    “Para o PIB, a projeção da equipe econômica do banco é de crescimento de 3% em 2024 e de 1,2% em 2025”, afirma Jacob.

Fonte: Diário do Comércio.

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