Entre janeiro e setembro de 2024, o saldo da balança comercial de Minas Gerais totalizou US$ 19,1 bilhões, o maior já registrado para esse intervalo desde 2021 (US$ 20,7 bilhões), representando uma alta de 4,6% em relação à mesma época do ano passado (US$ 18,3 bilhões).

Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic) e foram levantados pela Fundação João Pinheiro (FJP).

No período, as exportações somaram US$ 31,5 bilhões, valor recorde para esse recorte na série histórica do levantamento da instituição de ensino e pesquisa – iniciada em 2020 – e equivalente a um acréscimo anual de 5,5%. As importações, por sua vez, atingiram US$ 12,4 bilhões, a maior cifra desde 2022 (US$ 13,3 bilhões), correspondendo a um incremento de 6,8% frente a 2023.

Os principais responsáveis pelo aumento das vendas externas foram o minério de ferro e o café. O primeiro subiu 7,9%, e o segundo, 36,1% – juntos, eles representaram mais da metade da pauta mineira. Do lado das compras, as máquinas e equipamentos mecânicos, máquinas e equipamentos elétricos e veículos, com respectivas altas de 18,8%, 2,2% e 5,8%, puxaram o avanço – em conjunto, esses três itens corresponderam a aproximadamente 40% da pauta do Estado.

O pesquisador da FJP Lúcio Barbosa ressalta que os embarques da commodity mineral aumentaram mais em quantidade (15%) do que em valor e que esse resultado foi puxado pela fatia vendida e direcionada majoritariamente para a China. Sobre o produto agrícola, ele destaca que houve uma combinação de aumento de valor exportado e de volume (28%).

“O café é umas das poucas commodities que está se valorizando no mercado internacional esse ano. Por questões climáticas, reduziram as estimativas de oferta do café no mercado. O Brasil e, em particular, Minas Gerais, é o principal produtor de café no mundo, seguido pelo Vietnã”, diz.

Barbosa pontua que, no caso das importações de automóveis, o que contribuiu foi a elevação das compras dos carros de passeio pelas famílias, além da alta das importações de caminhões, que pode ser efeito de uma regulação mais rígida sobre a emissão de poluentes desses veículos.

Resultado da balança comercial em setembro

Em setembro deste ano, o saldo da balança comercial mineira foi de US$ 1,8 bilhão, baixa de 12,6% em comparação a igual mês do último ano. No período, as exportações alcançaram US$ 3,4 bilhões, com alta de 3%, e as importações, somaram US$ 1,6 bilhão, aumento de 12,6%.

Conforme a FJP, os embarques de minério de ferro recuaram 14,5%, e as de açúcares, 10,2%, porém, as de café subiram 69,3%; as de produtos siderúrgicos, 1,9%; e as de ouro, 8%, contribuindo para o resultado. Na lista das compras do Estado, a fundação sublinha que as de veículos cresceram 75,6%; as de máquinas e equipamentos mecânicos, 37%; as de máquinas e aparelhos elétricos, 7,2%; as de adubos, 2,7%, e as de produtos químicos orgânicos, 33,4%.

Embarques para a China recuam e para os Estados Unidos crescem

No nono mês de 2024, o principal destino dos embarques de Minas Gerais foi a China, com 29,3% de participação, percentual menor que o registrado no mesmo período de 2023, de 42,4% – a queda decorreu da retração das vendas de soja (-62,4%). O segundo lugar ficou com os Estados Unidos, que aumentou o share de 8,9% para 12,8%. Os chineses e os americanos também foram as principais origens das importações, com participações de 26% e 12,1%, respectivamente.

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

Write A Comment