Rio de Janeiro – A mineradora Vale e a Midrex Technologies fecharam um acordo de cooperação para avançar em uma solução técnica para o uso de briquetes de minério de ferro em plantas de redução direta, informou a mineradora nesta quarta-feira (4), em comunicado enviado à Reuters.

A expectativa das empresas é avaliar ainda a criação de uma joint venture para fornecer com exclusividade a tecnologia e instalações de briquetes ao mercado, depois que a tecnologia for demonstrada com sucesso em plantas da Midrex – uma das principais fornecedoras mundiais de tecnologia de redução direta.

O acordo, assinado por executivos das companhias no Centro de Desenvolvimento de Pesquisa e Tecnologia da Midrex, nos Estados Unidos, amplia uma cooperação técnica entre as partes e o trabalho de testes iniciais desenvolvido no último ano, que “mostraram resultados promissores”. “Este acordo é o reconhecimento de um dos principais fornecedores mundiais de tecnologia de redução direta de que o briquete tem um forte potencial para descarbonizar a indústria siderúrgica global”, disse em nota o presidente-executivo da Vale, Eduardo Bartolomeo.

“É o início de uma parceria que desempenhará um papel crucial na expansão da tecnologia de briquete para vários mercados”, continuou.

A tecnologia de briquetagem foi desenvolvida pela Vale em meio a várias iniciativas para diversificar seu portfólio e atender uma demanda global crescente por soluções para a transição energética. A ideia é substituir sinter, pelota e granulado em altos-fornos e pelota em fornos de redução direta, com um produto que permite uma redução de emissões na siderurgia.

Os briquetes para uso em altos-fornos já foram amplamente testados e, em dezembro passado, a Vale inaugurou sua primeira planta de produção do produto com esse fim em Vitória, no Espírito Santo.

Agora, a Vale está desenvolvendo a versão do briquete para a rota de redução direta, tipo que deverá ser utilizado nos Mega Hubs, complexos industriais voltados para a fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono que a companhia estuda implantar no Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã), no Brasil e nos EUA.

A tecnologia de redução direta já tem uma pegada de CO² menor em comparação com outros processos de produção de ferro, pois usa gás natural como agente de redução em vez de coque, um insumo obtido do carvão mineral. O uso de hidrogênio verde em vez de gás natural permite a produção de aço verde com emissões quase nulas de gases de efeito estufa (GEE), acrescentou a Vale.

Atualmente, a maioria das plantas de redução direta utiliza pelotas de minério de ferro como matéria-prima, destacou a Vale. O processo de produção de briquetes da Vale representa uma alternativa ao processo de pelotização com menores custos de produção, menor intensidade de investimento e emissão de CO² aproximadamente 80% menor, segundo a empresa.

Por meio da tecnologia de redução direta, é produzido o ferro de redução direta (DRI). O DRI é uma matéria-prima essencial para a produção de aço de alta qualidade com menos impurezas em fornos elétricos a arco (EAFs) e também pode ser usado em altos-fornos para complementar e substituir o minério de ferro, diminuindo a necessidade de coque e, portanto, reduzindo as emissões de carbono.

Reportagem distribuída pela Reuters

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

Write A Comment