A balança comercial de Minas Gerais atingiu uma marca histórica no primeiro semestre. O comércio com os Estados Unidos movimentou US$ 2,9 bilhões e alcançou US$ 1 bilhão de superávit. Trata-se do maior superávit comercial do Estado com os EUA em uma década. Os dados são da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil).

Com crescimento de 3,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, o volume comercial entre os dois países atingiu o segundo maior valor da série histórica, abaixo apenas do primeiro semestre de 2021, quando alcançou US$ 3 bilhões.

O desempenho foi proporcionado pela alta de 10,4% das exportações mineiras para a superpotência mundial. Lideradas pelo café não torrado, ferro-gusa e químicos inorgânicos, as vendas do Estado para o país geraram US$ 1,9 bilhão, o que corresponde a 10,1% das exportações do Brasil para os EUA. Atrás da China, o país americano é o segundo principal destino das exportações mineiras.

A agropecuária aumentou sua participação nas exportações do Estado para os Estados Unidos. No primeiro semestre deste ano, o setor representou 34,6% do total, frente a 27,2% no mesmo período de 2023. A indústria de transformação, apesar da queda de 0,7%, representou 65%.

Já as importações de Minas dos EUA diminuíram 7,5%, puxadas pelo carvão, veículos automóveis para transporte de mercadorias e equipamentos para engenharia civil. Ao todo, movimentaram US$ 974,3 milhões, cerca de 5% das importações brasileiras com origem americana.

Assim como nas exportações, os EUA são a segunda maior origem das importações mineiras, também atrás dos chineses. Por setores, as importações do Estado são quase todas dominadas pela indústria de transformação, com participação de 86,7% no primeiro semestre deste ano, frente a 85,9% em 2023.

Déficit comercial do Brasil no 1º semestre é o menor em dez anos

O levantamento da Ancham aponta que, diferente do cenário mineiro, a balança comercial brasileira apresentou déficit com os EUA no primeiro semestre do ano. O comércio bilateral entre os dois maiores países das Américas movimentou US$ 38,7 bilhões, crescimento de 5,1% em relação com os primeiros seis meses de 2023.

Nesse tempo, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 12% na comparação ano a ano e alcançaram US$ 19,2 bilhões. O valor é um recorde para o período.

Já as importações brasileiras, com origem dos Estados Unidos, diminuíram 1% na mesma base de comparação e alcançaram US$ 19,4 bilhões. O déficit comercial de US$ 218,3 milhões representa uma redução de 91,2% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo o menor registrado nos últimos dez anos.

Secretário americano destaca desenvolvimento de comércio bilateral

Em conversa com jornalistas, o secretário adjunto para Recursos Energéticos dos EUA, Geoffrey R. Pyatt, que visitou o Estado neste mês, ressaltou o bom momento vivido pelo comércio bilateral entre os dos países, principalmente em relação a empresas de lítio, como Atlas e Sigma.

“Atlas é uma companhia de comércio da Nasdaq, eles têm um significante projeto de extração de lítio implementando agora em Minas Gerais, no Vale do Lítio, e esperam ter uma produção até o fim deste ano”, disse.

“Isso não é um grande projeto hipotético. É algo que está acontecendo agora, com forte orientação do capital vindo dos EUA, incluindo investidores da Nasdaq, mas também um desenvolvimento de um período de vazão explícita para os EUA. Outro bom exemplo é a Sigma Lithium, outra companhia que opera neste espaço com foco muito forte no mercado dos EUA”, completou Pyatt.

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

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