O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (ICEI-MG) referente a março deste ano avançou 1 ponto em relação ao índice de fevereiro, atingindo a marca de 53 pontos. Este foi o 14º mês seguido que o índice fica acima de 50 pontos no Estado, que é o limite entre a confiança e a falta dela. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

Quando comparado ao mês de março do ano passado (51,4 pontos), o indicador teve um acréscimo de 1,6 ponto, porém, 0,7 abaixo da média histórica do mês, que é de 53,7 pontos.

Já na comparação com o índice nacional, a pesquisa revela otimismo acima da média por parte dos mineiros. O índice de otimismo dos empresários brasileiros ficou praticamente estável entre fevereiro (52,7 pontos) e março (52,8 pontos) e, ainda assim, menor que a dos mineiros. Entretanto, os empresários seguem otimistas e este é o 10º mês seguido que o índice avança a casa dos 50 pontos no Brasil.

De acordo com o estudo da Fiemg, o aumento da confiança dos empresários mineiros é motivado, sobretudo, pelo maior otimismo do empresariado para os próximos seis meses, que aumentou 1,3 ponto entre fevereiro (54,5 pontos) e março (55,8 pontos). Em relação ao mês de março do ano passado (54,2 pontos), o índice aumentou 1,6 ponto.

Segundo a economista da entidade Daniela Muniz, o maior otimismo está atrelado à melhora de indicadores econômicos, como desaceleração da inflação e robustez do mercado de trabalho, e outros fatores favoráveis ao consumo.

“Houve também a concessão do aumento real do salário mínimo, que contribui para aumentar o poder de compra das famílias. Em que pese as condições monetárias estarem restritivas ainda, porque a taxa de juros ainda está elevada, já dá para observar uma transmissão do ciclo de afrouxamento monetário para o mercado de crédito”, explica. Ela ressaltou ainda a redução da percepção de risco fiscal por parte dos empresários mineiros.

Empresários de indústrias de grande porte são os mais confiantes

Além disso, a pesquisa detecta que a resiliência do mercado de trabalho, a recuperação gradual do mercado de crédito e as perspectivas positivas para o consumo das famílias também contribuem para fortalecer a confiança dos empresários mineiros.

Quando consideradas apenas as indústrias de grande porte, o índice fica ainda maior, chegando a quase 56 pontos (55,8) pontos.  Bem diferente do cenário das indústrias de pequeno porte em que os empresários não estão confiantes, uma vez que o Icei marca os 47,8 pontos.

O índice de expectativas, especificamente, chegou a 58 pontos. Diferente do cenário das indústrias de pequeno porte, em que os empresários estão menos confiantes, e o índice marcou 50,8 pontos.

Neste caso, Daniela Muniz destaca que a diferença acontece pelo acesso ao crédito mais dificultado para empresas de pequeno porte.  Além da taxa básica de juros ainda estar em patamar elevado, as condições exigidas pelo mercado tornam a concessão de crédito mais trabalhosa para pequenas empresas do que para médias e grandes, que conseguem atender as exigências.

A economista da Fiemg aponta, por fim, que as indústrias de pequeno porte têm um mercado mais restrito. “Elas dependem muito mais do mercado interno que as empresas de médio e grande porte, que têm uma possibilidade maior de exportar. Tudo isso acaba fazendo com que realmente tenham mais dificuldade de ter um otimismo maior para os próximos meses”, pondera Daniela Muniz.

Fonte: Diário do Comércio.

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