A Anglo American e a Vale devem concluir, em breve, o acordo envolvendo o complexo Minas-Rio e o depósito de Serra da Serpentina, no município de Conceição do Mato Dentro.

As empresas estão próximas de receberem a autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos demais órgãos competentes para o fechamento da transação, segundo a CEO da Anglo American no Brasil, Ana Sanches. A aprovação deve ocorrer no último trimestre deste ano.

A parceria entre as mineradoras, anunciada em fevereiro último, compreende a aquisição, por parte da Vale, de 15% do Minas-Rio, com opção de adquirir mais 15% do empreendimento em caso de expansão. A companhia britânica, que continuará responsável pela operação, receberá da brasileira o pagamento de US$ 157,5 milhões, além do ativo de Serra da Serpentina.

Conforme a executiva reitera, logo após realizarem a assinatura final do negócio, a Anglo American dará início aos estudos de viabilidade para definir a melhor estratégia a ser adotada para incorporar os recursos minerais da Serra da Serpentina à Serra do Sapo. Os levantamentos serão realizados ao longo dos próximos cinco anos e, entre as opções a serem estudadas, estão a de fazer um plano de mina único e integrado e a de duplicar a atual capacidade do Minas-Rio.

No momento, o Minas-Rio é capaz de produzir 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Em 2023, o complexo bateu recorde ao atingir 24,2 milhões de toneladas. Para este ano, a expectativa é de alcançar entre 23 e 25 milhões de toneladas, sendo que, no primeiro semestre, foram produzidas 12,3 milhões de toneladas, a melhor performance semestral desde 2020.

Com a primeira opção, a mineradora teria acesso a um minério de ferro friável e de alto teor, o que, por sua vez, estenderia a produção da mineradora no local, cujo produto já é bastante demandado por ser um dos mais puros do mundo, e garantiria a longevidade da operação.

“Vamos avaliar condições logísticas, opções de escoamento do minério. Abre um leque de opções e no mundo dos negócios, gostamos muito de opcionalidade, porque conseguimos ver o que é melhor para a comunidade, para o Estado e para o setor”, explicou Ana Sanches para jornalistas no Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram) nesta segunda-feira (9).

“Uma parceria como esta é muito positiva para a mineração, porque o que a gente mais quer não é só conhecer a abundância da riqueza do solo brasileiro, mas fazer esses projetos saírem do papel para gerar emprego e renda, fomentando o desenvolvimento socioeconômico”, complementou.

Anglo American venderá ativos de níquel em Goiás

Após recusar três ofertas de compra da BHP, o grupo Anglo American anunciou uma reestruturação que envolve, por exemplo, a venda dos dois ativos de níquel em Goiás, com capacidade de produzirem, juntos, 38 mil toneladas por ano.

A subsidiária brasileira ficou responsável por conduzir as negociações e, conforme, a CEO já iniciou o processo de venda. À imprensa, Ana Sanches disse que a mineradora tem um mapeamento de potenciais interessados, mas que a negociação ainda levará um tempo.

De acordo com ela, pode ser que a transação ocorra em 2025, porém, o cronograma ainda poderá ser alterado a depender de fatores, como a preparação de todas as informações, o apetite do mercado e o ritmo das conversas.

A executiva disse que a empresa está focada em garantir às pessoas que não venderá os ativos para uma companhia com capacidade de dar seguimento às operações. Neste mês, a CEO visitará países estratégicos para apresentar os ativos para empresários, em uma espécie de roadshow. Segundo ela, a Anglo American quer abrir as portas para quem tem interesse em comum.

 

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

Write A Comment