Os impactos da transição energética na mineração foi mais um dos temas tratados nas reuniões do Grupo de Trabalho (GT) de Transições Energéticas do G20, no Minascentro, em Belo Horizonte. É o que explicou a coordenadora do GT e assessora especial do Ministério de Minas e Energia (MME), Mariana Espécie, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (29), último dia do evento.

Ela aponta que estudos estimam que a demanda por minerais aumentará 40 vezes, caso o mundo siga na trajetória de triplicar o fornecimento de energia por fontes renováveis. “Se a gente desde agora não começar a olhar de forma bastante holística para esse processo, corremos o risco de fazer dessa transição energética a reprodução de modelos de desenvolvimento que a gente já tem visto. Então a gente tem que fugir disso”, declarou.

Na presidência do G20, entre suas propostas no debate com outras nações, o Brasil sugeriu a construção de princípios para uma transição energética justa e inclusiva. Está em discussão, por exemplo, a possibilidade de que a mineração seja incluída dentro do rol desses princípios, para um processo de transição energética responsável e sustentável.

“Precisamos também pensar em formas – e é uma preocupação que se conecta com a discussão sobre a segurança energética – de fazer isso diversificando cadeias de suprimento ao redor do mundo, mas também pensando sobre as formas de gerar benefícios e contrapartidas positivas nos países onde esses recursos são explorados”, aponta Mariana Espécie.

A assessora especial do MME afirmou que a discussão sobre a mineração foi bem recebida pelas delegações dos outros países e está otimista com a construção de uma versão consensual do G20 sobre os princípios para uma transição energética justa e inclusiva.

A próxima reunião do GT de Transições Energéticas do G20 será em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 30 de setembro a 2 de outubro, onde os ministros de energia dos países participantes vão referendar as propostas debatidas no Grupo de Trabalho.

Além da mineração, transição tem de ser planejada

Além da mineração, o embaixador André Corrêa do Lago, Secretário do Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), alertou na coletiva do G20 sobre países que tentaram uma transição energética não planejada enfrentaram consequências graves na economia, como falta de energia e aumento dos custos.

Os problemas da falta de planejamento foram sentidos tanto nos países em desenvolvimento, quanto nos desenvolvidos, e levou a uma reação negativa contra políticas climáticas. “No momento que as políticas climáticas têm um impacto sobre o custo de vida das populações dos países ricos, eles também têm um tipo de reação e votam, eventualmente, para contra daquele que faz a política climática”, afirmou.

 

Fonte: Diário do Comércio.

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