Dois minerais que estão entre os produtos mais importantes da pauta de exportações de Minas Gerais, o minério de ferro e o ouro, apresentaram resultados bastante distintos no período de janeiro até julho deste ano. Enquanto a receita do Estado com os embarques do primeiro caiu consideravelmente em relação ao mesmo intervalo do ano passado, o valor alcançado com as vendas do segundo cresceu de modo significativo.

No acumulado dos primeiros sete meses de 2025, as exportações de minério de ferro e seus concentrados realizadas por Minas Gerais totalizaram US$ 6,3 bilhões, o que representa uma redução na comparação anual de 22,7%. Por outro lado, as comercializações de ouro, em forma bruta, semimanufaturada ou em pó, para o mercado internacional, somaram praticamente US$ 1,7 bilhão, indicando um crescimento de 82,9%.

Os dados constam em um painel interativo da Fundação João Pinheiro (FJP), que reúne números divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic).

Conforme a plataforma, o Estado teve uma receita de US$ 25,4 bilhões com todos os embarques que ocorreram entre janeiro e julho deste ano, resultado 3,2% superior ao do mesmo período do último exercício. O minério de ferro foi o principal produto exportado, respondendo por aproximadamente 24,8% do valor obtido com as vendas, enquanto o ouro ficou na quarta posição, com 6,7% de participação, atrás do café (24,4%) e da soja (8,3%).

Desvalorização de um e valorização de outro explicam a discrepância

A discrepância entre os resultados alcançados por Minas Gerais com as exportações de minério de ferro e de ouro nos sete primeiros meses de 2025 pode ser explicada pela cotação dos minerais. O primeiro desvalorizou, ao passo que o segundo valorizou.

Para se ter uma ideia, no primeiro semestre do ano passado, o preço médio do minério de ferro no mercado internacional foi de US$ 117,26 a tonelada, valor que diminuiu 13,9%, para US$ 101,01 no primeiro semestre deste ano. No caso do ouro, aconteceu o contrário: a onça troy estava em US$ 2.204,88, em média, e aumentou 39,3%, para US$ 3.070,86.

Os números são de um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e estão no balanço do setor mineral, divulgado na última terça-feira (5) pela entidade. Os dados ainda mostram que a tonelada do minério de ferro atingiu a mínima de US$ 95,20 em um momento de 2025, enquanto a onça troy chegou a valer US$ 3.352,00.

Principais destinos dos produtos e cidades que mais exportaram

Principal parceira comercial do Estado, a China foi a responsável pela maior parte da receita com as exportações entre janeiro e julho de 2025, com quase US$ 5 bilhões em compras do produto, 79,4% em termos percentuais. Já o Canadá respondeu pela maior fatia do valor das comercializações de ouro, sendo US$ 821,8 milhões e 48,3% em percentual.

Entre os municípios mineiros que exportaram minério de ferro, São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central, foi o grande destaque, com uma receita acumulada de US$ 983,8 milhões – a cidade abriga, por exemplo, a Mina de Brucutu, da Vale, que teve forte desempenho no segundo trimestre. Quanto ao ouro, Paracatu, na região Noroeste, com US$ 1,1 bilhão, se destacou – no município estão mineradoras como a Kinross.

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

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