As mineradoras de Minas Gerais faturaram R$ 54,8 bilhões no primeiro semestre deste ano. O montante corresponde a um crescimento de 8% na comparação com os seis primeiros meses de 2023.
Dentre as unidades federativas, o Estado foi o que mais faturou, respondendo por 42,3% do total nacional, de R$ 129,5 bilhões, valor que também equivale a um aumento interanual de 8%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Conforme o diretor-presidente da entidade, Raul Jungmann, o fato de o dólar ter subido de US$ 4,86, em média, nos primeiros seis meses do ano passado, para US$ 5,30, entre janeiro e junho de 2024, impulsionou o faturamento do setor mineral brasileiro e, consequentemente, mineiro.
“A razão do crescimento do faturamento em Minas Gerais é uma versão estadual do que aconteceu em nível nacional, que é o aumento do dólar, que traz benefícios para quem exporta, embora traga restrições para quem importa. Como Minas Gerais, juntamente com o Pará, é um dos maiores produtores de ferro que temos no País, sai beneficiada por isso”, destacou.
Complementando a fala de Jungmann, o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Júlio Nery, explicou que, além do dólar, houve um aumento de produção das mineradoras de Minas Gerais e do Pará.
De acordo com ele, o crescimento produtivo verificado não foi tão grande, mas se somou ao efeito da cotação para beneficiar as produtoras de minério do Estado.
Arrecadação da Cfem e resultados do comércio exterior
De janeiro a junho de 2024, Minas Gerais arrecadou R$ 1,7 bilhão com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). O valor equivale a uma alta de 9,8% frente a igual intervalo de 2023.
O Estado teve o maior recolhimento entre as unidades da Federação, representando 47% do total nacional, de R$ 3,6 bilhões, cifra 6,1% superior na comparação.
No período, as exportações mineiras somaram US$ 9,1 bilhões e as brasileiras totalizaram US$ 21,5 bilhões, o que representa aumentos de 6,9% e 8,5%, respectivamente.
Por outro lado, as importações caíram 26% em Minas Gerais, para US$ 542,3 milhões, e 30,8% no Brasil, para US$ 4,3 bilhões. Dessa forma, o saldo da balança comercial do setor mineral chegou a US$ 9,6 bilhões no Estado, com elevação de 4,8%, e US$ 17,2 bilhões no País, com avanço de 26,3%.
Minas terá maior parte dos investimentos
Já a previsão de investimentos da indústria da mineração para o quinquênio 2024-2028 foi mantida, segundo o Ibram. Conforme a entidade, as mineradoras pretendem investir US$ 64,5 bilhões no Brasil no período. A maior parte será investida em Minas Gerais, US$ 17,2 bilhões.
Reunião com delegação da Arábia Saudita visando novos negócios
Nesta quinta-feira (25), a diretoria do Ibram vai se reunir com uma delegação da Arábia Saudita, liderada pelo ministro da Indústria e Recursos Minerais do país, Bandar Alkorayef. No encontro, também estarão presentes executivos das mineradoras Vale, Samarco, Sigma Lithium, Anglo American, AngloGold Ashanti, entre outras. A reunião é considerada histórica e, segundo Jungmann, será objeto de possibilidade recíprocas de oportunidades de negócios e investimentos.
De acordo com o diretor-presidente da entidade, as potencialidades brasileiras, em termos de recursos minerais, serão apresentadas aos sauditas, além da projeção de aportes do setor para o quinquênio iniciado neste ano. Conforme ele, a ideia é que as tratativas não se encerrem amanhã e, será proposto aos estrangeiros, a criação de um grupo permanente entre as partes.
“Podemos trabalhar com os sauditas a transferência de tecnologia, de produção, sem sombra de dúvida, mas ao mesmo tempo vamos colocar na mesa todas as oportunidades que temos não apenas em termos minerais, mas também na verticalização de processos”, destacou Jungmann.
Fonte: Diário do Comércio