Minas Gerais e mineração caminham juntas. Está no nome, na essência e na evolução. Uma evolução que começa em cada um dos municípios que vivem da atividade no Estado e se estende para o País, por meio de ganhos que se traduzem em emprego, renda, impostos e desenvolvimento. É neste contexto que nascia, há 48 anos, uma empresa que viria a se tornar referência mundial na produção de pelotas de minério e finos de ferro, matéria-prima fundamental para a fabricação de aço outro produto base da economia mineira: a Samarco.

Mineradora brasileira de capital fechado, controlada em partes iguais pelas acionistas BHP e Vale, a Samarco destacou-se desde os anos 1970 pela inovação: foi pioneira na extração de minério de baixo teor e na logística integrada da mina ao porto.

“Apesar de não ser tão grande quanto outras mineradoras brasileiras, a Samarco sempre se destacou como uma das líderes da indústria de mineração, em termos de performance. A começar pela transformação de um minério de baixa qualidade em um dos melhores insumos siderúrgicos do mundo, que, não por coincidência, já começa a ser demandado pelas indústrias como minério do futuro”, afirma o Diretor de Estratégia, Financeiro, Suprimentos e Reparação, Gustavo Selayzim.

Obras da primeira usina de pelotização em Ubu, no Espírito Santo, em 1976, marco que posicionou
o Brasil entre os líderes globais na produção de insumos siderúrgicos FOTO: ARQUIVO / SAMARCO

Décadas se passaram e a Samarco seguiu com a capacidade histórica de entrega e operação integrada da mina ao porto. Mas em 2015, o rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, foi um divisor de águas na história da empresa. Após o ocorrido, as operações da mineradora ficaram suspensas por cinco anos, e desde então, a Samarco tem atuado em programas de reparação, inicialmente conduzidos pela Fundação Renova, que está em liquidação, e, mais recentemente, sob liderança direta, considerando o Novo Acordo do Rio Doce e a previsão de aportes de R$ 170 bilhões em investimentos.

Em termos de operações, a mineradora obteve as licenças para voltar operar em 2019, mas optou por aguardar a conclusão do sistema de filtragem para empilhamento a seco do rejeito, para retomar as atividades o que ocorreu em dezembro de 2020. Para Selayzim, uma escolha estratégica. De fato, a retomada de forma gradual e sem barragens de rejeito evidenciaram o novo momento da Samarco.

“Mais do que isso, chama atenção a capacidade da companhia em retomar operações e desempenho de maneira tão rápida e precisa – com a anuência de todos os órgãos – mesmo diante de algumas atribulações, como o próprio processo de Recuperação Judicial, encerrado de forma antecipada pela Justiça mineira há algumas semanas. É um renascer. Temos hoje 60% de retorno da capacidade operacional e até o fim do ano devemos ter a aprovação do momento 3, que é o retorno de 100% dessa capacidade até o começo de 2028”, ressalta.

De maneira cronológica, faz-se importante lembrar que a produção evoluiu de 26% em dezembro de 2020 para 60% da capacidade produtiva instalada em apenas quatro anos – marca atingida em 2024, antes do previsto. Avanço possível graças a um investimento de R$ 1,6 bilhão e à criação de cerca de 3 mil postos de trabalho diretos e indiretos em Minas e no Espírito Santo.

A meta agora é retomar 100% da capacidade em 2028, com investimentos da ordem de R$ 13 bilhões. O plano inclui a reativação de plantas em Germano (MG) e Ubu (ES), com foco em segurança e sustentabilidade.

Pelotas de ferro ganham protagonismo na descarbonização do aço

Início das operações do primeiro mineroduto
no Brasil, década de 1970 FOTO: ARQUIVO / SAMARCO

A Samarco foi a primeira mineradora do País a utilizar o transporte via mineroduto, demonstrando, já na década de 1970, a preocupação com a inovação e a entrega de soluções eficientes e, ao mesmo tempo, com menor impacto socioambiental. Tanto que o sistema foi considerado por décadas o maior do mundo para o transporte de minério de ferro, atravessando 24 municípios entre a área de extração, em Mariana, na região Central de Minas, até a usina de pelotização e o porto, em Anchieta, no Espírito Santo.

E o modelo segue como diferencial. A empresa opera ainda hoje de modo integrado, da mina ao porto, por meio das unidades de Minas Gerais e do Espírito Santo. Juntas, as plantas executam a extração e o beneficiamento do minério de ferro, a transformação em pelotas e finos do insumo e a exportação em porto próprio (Porto de Ubu). Os produtos são voltados principalmente para o mercado externo, direcionados aos principais produtores de aço na Ásia, Américas, Europa, Médio Oriente e Norte da África.

O Diretor de Estratégia, Financeiro, Suprimentos e Reparação, Gustavo Selayzim, destaca os diferenciais e o posicionamento da companhia como um dos três maiores players do mercado na entrega de um minério de alta qualidade e capaz de garantir a descarbonização da indústria siderúrgica nos próximos anos.

“A Samarco produz basicamente pelotas de ferro e pellet feed. E justamente por a empresa ter sido capaz de entregar produtos de altíssima qualidade nos últimos 48 anos, ela está numa posição competitiva para atender a descarbonização do mercado siderúrgico. A atividade está num processo acelerado rumo ao Net Zero até 2050, e a pelota da Samarco é um dos maiores viabilizadores para isso. Ou seja, nosso portfólio hoje é extremamente aderente ao que a indústria demanda para o futuro”, garante.

Aportes sociais e ambientais fortalecem comunidades

Ao longo dos anos, a Samarco contribuiu de forma significativa para a geração de empregos, priorizando a contratação local, geração de renda e fortalecimento de fornecedores locais. Essa atuação se reflete, entre outros aspectos, na arrecadação de tributos nos municípios onde está presente por meio de impostos pagos diretamente pela empresa, e aqueles resultantes da aquisição de bens, materiais e serviços de fornecedores.

A arrecadação fiscal impulsionada pela atuação da Samarco permite que os municípios invistam em áreas essenciais como infraestrutura, educação e saúde. Além disso, bem-estar social e meio ambiente também são prioridades e a empresa realiza investimentos voluntários em ações e projetos sociais nas áreas de educação, meio ambiente, empreendedorismo, infraestrutura edesenvolvimento comunitário.

Entre as principais iniciativas, estão os programas Força Local e de Educação Ambiental, a Política de Investimento Institucional e Social (PIIS), além de parcerias em projetos de pesquisa e inovação com universidades, entidades e startups.

Por fim, a Samarco investe em pesquisa aplicada e ações de recuperação ambiental que ampliam o conhecimento técnico-científico e contribuem para a conservação da biodiversidade. A empresa mantém uma proporção de 4,2 vezes mais áreas preservadas do que operacionais.

 

 

 

Fonte: Diário do Comércio.

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