A mineradora Vale afirmou nesta terça-feira que sua unidade de metais básicos está em negociações com a Glencore para formar uma joint venture de cobre no Canadá, que poderia produzir cerca de 880 mil toneladas do metal de transição energética ao longo de 21 anos.
O projeto entre a Vale Base Metals, subsidiária de cobre e níquel da Vale, e a Glencore visa avaliar conjuntamente um potencial projeto de desenvolvimento de cobre em uma área já explorada, em suas propriedades adjacentes na Bacia de Sudbury.
O acordo estabelece uma estrutura para explorar as sinergias da mineração dos depósitos subterrâneos de ambas empresas, utilizando o “shaft” e a infraestrutura existentes na Mina Nickel Rim South da Glencore.
O projeto propõe o aprofundamento do poço de mina existente da Glencore e o desenvolvimento de novas galerias para acessar os depósitos de cobre próximos, com custo de capital de US$1,6 bilhão a US$2 bilhões.
A Vale observou que, considerando a geologia polimetálica da Bacia de Sudbury, as empresas também produzirão, além do cobre, níquel, cobalto, ouro, metais do grupo da platina (PGMs) e outros minerais críticos.
O anúncio ocorreu pouco antes do encontro anual da mineradora brasileira com investidores em Londres, nesta terça-feira. No evento, a empresa informou que prevê uma produção de cobre de 350 mil a 380 mil toneladas em 2026 e uma produção de níquel de 175 mil a 200 mil toneladas.
Também afirmou que espera que sua produção de minério de ferro aumente em até 3% em 2026 e confirmou que cumprirá o limite superior de sua meta de produção para 2025 em minério de ferro, cobre e níquel.
Planos Futuros
Em 2023, a VBM vendeu uma participação de 10% da empresa para o veículo de investimento em mineração saudita Manara, e depois disse que poderia considerar uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) dentro de três a quatro anos.
Embora a empresa ainda veja a listagem como uma opção, ela não descarta outras perspectivas de longo prazo, incluindo outra venda minoritária ou transação de fusão e aquisição, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, a repórteres nesta terça-feira.
“O objetivo no final é criar valor para nossos acionistas, aumentar a base de ativos, particularmente em cobre, e avaliaremos o mercado dependendo da situação no momento”, disse Pimenta.
“A primeira transação que fizemos foi um acordo privado com a Manara; poderíamos fazer outra. Poderíamos fazer um IPO. Poderíamos nos financiar… mas esse é um problema que teremos de resolver mais tarde”, acrescentou.
A Vale vem considerando a ideia de um IPO para seus ativos de metais básicos desde 2014.
Fonte: Diário do Comércio.